sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cidadã com 7ª classe finta frequenta ensino superior na Beira


Por António Mavila - Escorpião 

O negócio de certificados de habilitações literárias falsos, está cada vez mais, a ganhar contornos alarmantes na segunda maior cidade do país. A escola Secundária Mateus Sansão Muthemba é o epicentro deste negócio.

No seu trabalho de acompanhamento deste negócio ilícito, o Escorpião acabou ficando na posse de dois certificados falsos, que servem de provas daquilo que está a acontecer naquele ponto do país. Os referidos certificados são pertencentes a dois funcionários públicos que por razões óbvias, preferimos omitir os seus nomes.

O Ministério da Educação acaba de decidir que, durante os próximos meses, os certificados de habilitações literários da 12ª classe, serão emitidos apenas a partir de Maputo, ou seja, uma medida que visa eliminar a onda de circulação de documentos falsos por quase todo o país.
Aliás, a existência de certificados falsos, na maioria dos casos acontece quando os infractores, se candidatam para certo emprego ou mesmo para casos de aumento de salários ou promoção para cargos de chefia.
Por falar de cargos de chefia, ao que tudo indica e segundo informações em poder do nosso jornal, existem muitos dirigentes a vários níveis, que recorreram a compra de certificados falsos, apenas para conseguir ocupar um cargo de chefia ou então por interesse de ingressar no ensino superior.

Em Sofala, concretamente na cidade da Beira, o negócio de venda de certificados considerados falsos, tem estado a ganhar terreno e segundo investigações feitas pelo Escorpião, a Escola Secundária Mateus Sansão Muthemba é considerada como a que mais casos regista.
A fonte que nos alertou sobre a existência deste tipo de negócio naquele estabelecimento de ensino, disse que, a situação verifica-se há bastante tempo, e sob o olhar impávido de quem de direito, com o agravante de muita gente que através de certificados falsos passados à partir daquela escola, já estarem a estudar em diferentes universidades, tanto é que, outros até já concluíram as suas formações a nível superior.

“ Nós já alertámos a direcção da escola e algumas faculdades, sobre a circulação destes certificados, mas já passam anos e ninguém preocupa-se em pôr fim a esta situação. Só este ano, já levamos ao conhecimento da direcção da escola, três casos, sendo que dois deles envolvem funcionários afectos ao Conselho Municipal da Beira, que estão a estudar na Universidade Pedagógica da Beira, mas que apresentaram certificados falsos” disse uma das fontes que falou ao nosso jornal.

Dois destes certificados, estão na posse do nosso jornal e levámos para a direcção da escola para certificarmos a sua autenticidade, tendo a direcção pedagógica confirmado serem falsos, mas para não atrapalharmos o trabalho de investigação que está sendo feito, as instituições que trabalham no assunto, apelaram para que não revelássemos os nomes.

A direcção pedagógica da Escola Secundária Mateus Sansão Muthemba, disse que, ainda não descobriu como é que os certificados saem, visto que, dentro da instituição existe um controlo cerrado. No entanto, os membros da direcção da escola admitem a possibilidade da existência de uma rede de funcionários, que no passado ficaram na posse de certificados e que continuam a negociá-los.

Cidadã com 7ª classe frequenta ensino superior

Um dos casos considerados mais graves, é da existência de uma funcionária de uma instituição do Estado, que nem sequer concluiu a 7ª classe, e se encontra a frequentar a Universidade Pedagógica na Beira, com o agravante de que, a instituição onde se encontra afecta, é que está a custear despesas escolares dela no curso pós-laboral.

“Vejam até onde vamos nós! Já denunciamos o nome desta funcionaria na Faculdade onde está a estudar, e conseguimos provar que ela estudou somente até 4ª classe, e de lá até cá, nunca mais se sentou no banco da escola, e por isso não se sabe onde ela fez a 5ª a 12ª classes. Mas mesmo assim, já passam seis meses e, ela continua a frequentar como se nada tivesse acontecido” disseram as nossas fontes.

A directora pedagógica da Escola Secundária Mateus Sansão Muthemba, disse que,  “ A situação encontrou-nos em contra pé, e por isso estamos a investigar sobre como estão sendo passados os certificados falsos que circulam por todo o canto, e que mancham o bom nome da escola, pelo que, devo dizer que estes certificados saíram daqui há bastante tempo”.

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