Por Eduardo Quive
“Geralmente olha-se para as zonas rurais e se esquece que mesmo na cidade há jovens que não se informam acerca das doenças sexualmente transmissíveis e da sua prevenção”. Disse Viriato Cuco, coordenador do projecto Hope Maputo do Centro Esperança.
A problemática das Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e da propagação do Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV) não pára de ganhar espaço entre os jovens em Moçambique.
É facto que, também a força para a disseminação de mensagens, disponibilização de medicamentos e aconselhamentos continua a dominar, mas mesmo assim, os esforços realizados não dignificam suficientemente os protagonistas.
Concorrem para a propagação do HIV/SIDA, a ignorância da mensagem transmitida contra a epidemia, ao mesmo tempo que se assume que, a juventude tem tido acções de pouca responsabilidade sobre o assunto.
De acordo com Viriato Cuco, coordenador do projecto Hope Maputo, do Centro Esperança da ADPP na Machava, aqueles serviços amigos de adolescentes e jovens, tem desenvolvido várias actividades no âmbito da saúde sexual e reprodutiva, com vista a estancar o mal, mas percebe-se no entanto que, o maior problema é a difusão de informação sobre as ITS. Nestes últimos anos, ficou se com a ideia de que as cidades já estavam informadas sobre o assunto e apenas nas zonas rurais faltava a consistência, facto que não constitui verdade.
“A nossa estratégia de trabalho tem ajudado muito nestas campanhas, porque estando a trabalhar ao domicilio obriga-nos a andar por cada casa, não é com o satélite ou o telemóvel que a gente precisava mobilizar a comunidade para um certo local e fazer o aconselhamento e testagem.
Ao mesmo tempo temos estado a pensar mais na modalidade domiciliária, pois achámos mais fácil encontrar o visado em sua residência. Lá conversámos. O conselheiro fala de todas doenças existentes, ainda sobre as contradições e especulações que rodeiam esta abordagem, daí que, acabam aceitando”. Relatou Viriato.
O nosso entrevistado, falou das visitas que os jovens têm feito ao Gabinete de Aconselhamento e Testagem Voluntária (GATV), neste caso, referindo-se ao Centro Esperança da ADPP da Machava, pelo que ficámos a saber que a afluência é razoável.
“Por dia atendemos cerca de 15 jovens. Número que consideramos razoável, mas que é superado quando fazemos as brigadas móveis”.
“Neste momento para além de Matola e Boane, onde já estamos há cerca de nove anos, estamos a trabalhar nos distritos de Moamba e Manhiça onde temos três e quatro conselheiros para cada distrito. Em Boane na unidade sanitária de Matola Rio temos um conselheiro e no centro ficam quatro de acordo com as regras da casa”.
Segundo Viriato Cuco, o projecto Hope Maputo, efectuou um estudo direccionado aos jovens e adolescentes, com o fim de auferir a capacidade de conhecimento que este grupo tem sobre a saúde sexual e reprodutiva.
Pelos resultados do estudo feito na cidade da Matola e Boane, apercebeu-se que 50% dos jovens, não tinham informação suficiente sobre os serviços amigos de adolescentes e jovens e saúde sexual e reprodutiva, principalmente do assunto do preservativo.
“Temos cerca de 50% de jovens não informados e principalmente no que se refere ao uso do preservativo e das formas de transmissão das ITS´s. Os tais tiveram muitas dificuldades de responder as questões colocadas e apercebemo-nos que por mais que estejam perto das vias de comunicações eles não tem acesso a essa informação, sendo assim, há mais esforços por envidar nesse sentido”, concluiu.
Refira-se que dados do projecto Hope Maputo, apontam ainda que nos três distritos apontados existem cerca de 700 positivos dos quais 330 são de Boane, 200 de Moamba e mais de uma centena do distrito de Manhiça.
Ainda noutra perspectiva, o projecto Hope Maputo, tem trabalhado com, crianças órfãs projecto garantido com apoio da empresa, Exprivia da Itália, que anualmente tem canalizado fundos de apoio à crianças órfãs da Matola, concretamente na zona de Bunhiça, num número total de 50 crianças, em Boane -50 crianças e Mavoco e Xinonanquila.
“Estamos a trabalhar com essas crianças apoiando em material escolar, uniformes, cestas básicas e outros bens, tudo isso porque sabemos que algumas crianças não tem condições suficientes para poder sobreviver. Igualmente estamos a trabalhar no apoio à pessoas vivendo com HIV/SIDA no posto administrativo da Matola Rio através dum projecto denominado PCP prevenção com positivo”.
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