segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

“Promover equilíbrio de género é um desafio atingível ”

- Disse Adélia Branco, representante da UN Mulheres em Moçambique

Adélia Branco, representante da UN Mulheres em Moçambique

Por Eduardo Quive

A ONU Mulheres, é uma entidade das nações Unidas para a igualdade de género e empoderamento da mulher.
Começou a funcionar em Janeiro do corrente ano, depois de se designar UNIFEM, Fundo das Nações Unidas para as Mulheres, que se instalou fisicamente em Moçambique em 2008.
A nossa reportagem escalou, nesta semana, a esta instituição, afim de se inteirar do seu desempenho no ano 2010 e as expectativas para o presente ano, para além de procurar saber sobre a mudança da designação.
Segunda a representante, em Moçambique, Adélia Branco, mudou o nome, mas os objectivos não mudaram, apenas fortificaram, sendo o benefício disto mais condições no compromisso de empoderamento das mulheres.
A nossa entrevistada, referiu ainda que a criação da ONU Mulheres, é uma vitória para a classe feminina e constitui um reforço para a actuação desta organização nos diversos países do mundo.
“A questão da desigualdade do género afecta todo o mundo e as Nações Unidas, estão preocupadas com isso”.
Em Moçambique do modo particular, a instituição, trabalha principalmente, os programas que tem a ver com a violência contra as mulheres, orçamentação em género, apoio a organizações da sociedade civil e sobre o meio ambiente.

Na luta contra a violência domestica no país, este programa, apoia várias iniciativas governamentais, como o caso do Ministério da Mulher e Acção Social e a sociedade civil, no caso do HOPEM, e Fórum Mulher, e na divulgação de diversas leis.
Na óptica das Nações Unidas, no processo de sensibilização contra a violência doméstica, é preciso que se envolvam, igualmente, os homens.
“Entendemos que é preciso fazer com que os homens devem apoiar as mulheres na gestão desta problemática e por sua vez, a mulher precisa apoiar o homem a reduzir a violência”. Disse Adélia Branco.
No que tange aos resultados alcançados na instalação deste programa em Moçambique, a nossa entrevistada, considera que desde a sua presença física, a ONU Mulheres, teve crescimento de apoio a acções concretas, uma vez que o próprio orçamento para apoio a vários projectos sociais foi alargado.
“O impacto maior do nosso trabalho em Moçambique, é contribui8r para a melhoria da qualidade de vida das mulheres no país. Trabalhamos com a mulher rural, apoiamos programas de rádios comunitários na promoção do conhecimento e difusão das leis que protegem a mulher e sobre o HIV/SIDA”.
Ainda sobre a mulher rural, Adélia Branco, considera que estas tem um trabalho importante na produção, mas entretanto, falta a estas, o acesso a informação e educação.
Os problemas não para por aí, “as mulheres rurais tem problemas de subordinação, isto por consequência de muitas actividades domésticas que ela exerce. O importante não é que ela deixe de fazer isso, mas que mesmo assim ela se dê valor e tenha a auto estima. O cozinhar, ir a procura de água e educar os filhos, não é uma tarefa fácil e para qualquer um, daí, esta mulher precisa entender isso.”
Por essa razão, distritos como Boane, Resano Garcia e a província de Niassa, tem sido alvos de vários projectos de apoio a educação das mulheres camponesas.
Para além disso, a UN Mulheres, apoiou iniciativas como 16 dias de activismo, a Associação de mulheres vítimas de violência, a Associação de Mulheres Deficientes, a Nyamai, entre outras organizações da sociedade civil.
O apoio a primeira e segunda Conferência Nacional sobre o Género e o consequente lançamento da campanha nacional de combate a violência contra mulher.

“A mulher moçambicana é forte”

Com a Adélia Branco da UN Mulheres, chegamos a abordar, a questão da mulher moçambicana na visão do mundo, principalmente no que refere a sua situação no quotidiano.
Sobre este assunto, a fonte começou se referindo a presença da mulher no parlamento moçambicano, representado em mais de 30 porcento, o que a nível mundial e até nacional, é estimulante.
Quanto a violência doméstica e a substimação da mulher, particularmente na zona rural, a fonte considera que “esse não é um problema apenas de Moçambique”.
Contudo, Adélia Branco, diz que para o presente ano, serão fortificadas as actividades que visem a desenvolver a vida da mulher e tornar possível um equilíbrio de género.
“A missão da UN Mulheres em Moçambique, tem vindo a crescer e não vamos reduzir os esforços antes que a mulher atinja um patamar de igualdade” concluiu Adélia.

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