segunda-feira, 1 de novembro de 2010

FRACO APROVEITAMENTO DAS PLANTAS MEDICINAIS FACILITA A “BIOPIRATARIA”




Filomena Barbosa, docente da Universidade Eduardo Mondlane, UEM, na secção de Botânica, ao dissertar sobre as plantas medicinais como parte da solução dos problemas de saúde em Moçambique, considerou que as plantas medicinais, no continente africano, sustentam os cuidados de saúde de maior número de pessoas, daí, a necessidade de se valorizarem os produtos que são provenientes destas, para a redução dos índices de toxicidades, proporcionando boa preparação e conservação desses medicamentos.
Portanto, a docente, preocupou-se porque desde a altura em que o uso deste tipo de medicina foi aprovado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, o nosso país está ainda atrasado na implementação destes mecanismos e apesar de existirem instituições que lidam com este assunto, ainda não há união de esforços nesse sentido.
“Não há união na implementação destes planos, cada uma das instituições que se dedica ao estudo das plantas medicinais, faz as suas investigações, mas não conduzem a uma mudança de atitude. A minha inquietação é exactamente essa, que nós, em vez de trabalharmos separadamente temos que unir as forças.”
“Para que as plantas medicinais sirvam de solução para os problemas de saúde das pessoas, é necessário que haja união, em termos de instituições equipadas, especialistas e em termos de detentores do saber, que em última instância, nós recorremos a eles” salientou.
Em termos de abundância de plantas, está estimado que em Moçambique existem cerca de 1.500 espécies, e mais que a metade destas, segundo disse Filomena, são de caris medicinal.
Entretanto, muitas delas, já fazem parte de bases de dados doutros países e está identificado que tipo de princípios activos elas tem, daí que “nós não precisamos de começar de base, precisamos de equiparmo-nos para fazer estudos um pouco mais avançados, de modo a transformamos este conhecimento da planta, em medicamentos, estes que seriam eficazes, seguros e acima de tudo, teriam qualidade.”
Mas para a materialização desta ideia, esta docente, entende que é necessário que as instituições de investigação científica, estejam dotadas de materiais e equipamento para que se evite a chamada Biopirataria, isto é “vem alguém de fora, mais poderoso em termos de equipamento e que tem conhecimentos como praticante e leva as plantas e vai produzir os medicamentos para o seu bem próprio, sem que nós tenhamos algum benefício” disse Filomena Barbosa.

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