terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fórum Empresarial da Matola



Empresários recomendam celeridade na concessão de terras

Por Eduardo Quive

Dentre vários problemas, aponta-se na Matola, a morosidade na atribuição de terras e o fraco diálogo entre o governo e as entidades empresariais.


O Conselho Municipal da Cidade da Matola, realizou na quarta-feira passada, o IIº Fórum Empresarial, um evento que acontece uma vez por ano, desde 2009, com objectivo de contribuir para a criação de um ambiente de negócios que incentive o empresariado nacional e estrangeiro a olhar para o espaço territorial como um dos destinos preferenciais para o seu investimento.
Com efeito, pouco mais de 250 empresários do país, e de outros cantos do mundo, como Africa do Sul, Suazilândia, Franca, fizeram-se presentes com a mais elevada supremacia.
O acto de abertura deste evento foi proferido pelo primeiro ministro, Aires Aly, o qual enfatizou que a Matola sempre foi referência nacional de investimentos na área industrial, mas um conjunto de factores conjunturais fizeram com que durante muito tempo esse potencial ficasse sobremaneira adormecido, com implicações negativas para a economia nacional.
Aly, disse ainda que nos últimos 10 anos o município da Matola tem motivos suficientes para acreditar na recuperação plena dessa pujança, e mesmo a sua superação, com a convergência de interesses económicos de várias nacionalidades consubstanciados em projectos concretos, como e o caso da Mozal.
O Primeiro -Ministro deixou ainda ficar algumas recomendações, depois de lembrar que a alta de preços de alimentos a nível internacional já está a criar instabilidade no país.
“O governo privilegia e a aposta numa gestão macroeconómica e desenvolvimento do sistema financeiro varados para promover o crescimento da produção e desenvolvimento económico e social acelerado, equilibrado e centrado no distrito, estimular o aumento da produtividade, através da transferência de tecnologias, investigação e inovação.”
Ainda na mesma perspectiva, o Presidente do Município da Matola, deu maior ênfase neste fórum, a realização do plano de estrutura urbana da Matola, que aconteceu no âmbito das recomendações do primeiro fórum empresarial, para além de enfrentar um novo desafio para o cumprimento das recomendações deste fórum.
Para Nhancale, aquilo que o empresariado local reclama, como o acesso a terra nesta urbe bem como a morosidade deste processo, esta contemplada a respectiva resolução neste plano que já foi aprovado pela Assembleia Municipal.
Mesmo assim o edil da Matola reconhece haver falhas na máquina que dirige, dai a necessidade de se realizar este tipo de evento.
Por sua vez, os participantes, deram nota positiva a realização do fórum empresarial, sendo esta uma oportunidade única para dialogarem com o governo municipal, e expor as suas preocupações, que na sua opinião, não são poucas, mas reclamam a falta de terra.
“Há grandes dificuldades para adquirir uma porção de terra, as sementes e mesmo um meio favorável para o escoamento dos produtos. Nós queremos trabalhar, como o governo recomenda, mas quando vamos a procura de expansão, nada, dizem que estão ocupadas, mas só se for para as matas, pois é isso que vimos. Para combater a fome temos que produzir e para produzirmos precisamos de espaço e só assim podemos competir em pé de igualdade com outros países.” Disse Samuel Chissico agricultor nesta urbe.
Outro participante deste fórum, Daniel Mondlane da empresa Maeva, comunga da mesma opinião e acrescenta que “há morosidade na resposta de pedidos de terrenos. Por exemplo, a nossa empresa submeteu um projecto ao Ministério da Agricultura, há 6 meses, mandaram-nos contactar o distrito aqui na província de Maputo e assim o fizemos, mas não deram-nos resposta até hoje e os documentos estão com eles. Os produtores tem vontade, mas ao nosso ver, o governo é que não facilita. Nós queremos produzir a matéria-prima, para evitar que importemos, mas há entraves do governo.”

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