quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mabulu iku yakana

- ENTREVISTA SOBRE UM PROGRAMA QUE MARCOU GERAÇÕES
António Novela, um auténtico contador de histórias


Por Eduardo Quive
Foto: Rogério Manhique
   Maputo - António Novela é profissional de rádio. Trabalha há mais de 20 anos no emissor provincial de Maputo, da Rádio Moçambique (RM), o mais antigo e maior canal de rádio no País. É jornalista. Mas detrás dessa carreira esconde-se um grande escritor de novelas. Nos programas, é um dos produtores do “Mabulo iku Yakana” que, quando traduzido literalmente para a língua portuguesa, significa “conversando se constrói”, muito conhecido no Sul de Moçambique, concretamente nas províncias de Maputo e Gaza. Trata-se de uma novela radiofónico que retrata problemas sociais do quotidiano, transmitido nas noites de domingo na emissora em changana, língua predominantemente falada nas províncias acima referenciadas. Dada a popularidade do programa, decidi ter com este profissional dois dedos de conversa, aliás, trata-se de uma entrevista em que António Novela fala da génese do programa, e dos pontos que marcam a sua carreira. Tendo em conta o período em que inicia o programa, e as estórias que já contou aos ouvintes, pode-se considerar este um escritor e novelista, se calhar com maior produção em Moçambique. António Novela revelou-me que o Mabulu iku Yakana, foi criado antes da sua entrada na rádio, isto é, pode ter tempo maior que a sua estadia naquele canal. Uma entrevista inspiradora, por um lado, vai ensinar os radialistas, mas também e principalmente, vai moldar ideias para amantes da escrita e das artes cénicas.

Eduardo Quive (EQ): Como é que surge o Mabulu iku Yakana?
António Novela (AN): É difícil explicar a génese do programa, porque quando comecei a trabalhar aqui na rádio, o programa já existia, pelo que não sei exactamente quando é que começou a ser feito. Mas há que referenciar que este é um programa social criado para educar, brincando, sorrindo e o próprio nome é sugestivo quanto a esse aspecto: Mabulu iku Yakana, traduzindo literalmente é “conversar construir”. Tem um cariz iminentemente educativo, não se esquecendo do bom humor à maneira africana.

(EQ): Pode nos falar dos temas abordados no programa e como são elaborados?
(AN): Neste momento temos três profissionais da rádio que produzem textos sobre vários assuntos, se reparar, verá que abordamos temas sobre diferentes assuntos. Desde HIV/SIDA, matrimónio até política. Temos um pouco de tudo. Mas também temos alguns contos que muitos dos nossos ouvintes nos enviam, e nós fazemos a adaptação radiofónica, gravando e transmitindo. Também é preciso notar que muitos textos que recebemos, na prática só trazem a moral da história. Podem por exemplo numa folha do tipo A4 em resumo e nós transformamos aquilo em algo de 30 minutos que todos escutam.
Outro problema é que são contos que as vezes aparecem em mais de 20 páginas, mas que na verdade a história cabe apenas a meia página, o que não pode sustentar os programas que transmitimos. Para não desanimarmos o ouvinte, muitas vezes tomamos a liberdade de transformar os textos e lhes dar autoria a esses ouvintes. Isso tem ajudado à muitos desses ouvintes a crescerem um pouco, e a pegarem o espírito do programa e ajuda-nos também como profissionais.
Quanto as fontes de inspiração, isto depende de quem escreve, mas nos inspiramos no quotidiano na vida do povo: nós andámos nos transportes semi-colectivos, bares, pequenos mercados (dumba-nengue), estamos nos machimbombos e comboios, obviamente, sem ferir nenhuma sensibilidade, isso sempre prezámos.
Em algum momento trabalhamos com contos de escritores consagrados, como é o caso de Bento Sitoe. Já tivemos a ocasião e o privilégio de adaptar alguns contos dele. Infelizmente a produção literária nas línguas moçambicanas é extremamente diminuta, para não dizer que é nula. Então não temos a possibilidade de ter muitos contos de autores consagrados para fazer a adaptação. O País está agora a conhecer um período de maior criação literária, mas não nas línguas nacionais, e o perfil dos contos, muitas vezes não se adequa a aquilo que o programa exige.

(EQ): Então a produção literária em Moçambique não aborda as questões viradas ao quotidiano?
(AN): A produção literária em Moçambique no geral, é extremamente baixa, praticamente nula, se já há dificuldade para produzir um livro em português que é uma língua que o editor e o patrocinador conhece, imagine então, ter que produzir livros em línguas nacionais. Isso é praticamente impossível.
Se reparar temos uma meia dúzia de livros em línguas nacionais. Não mais que isso. Nós sentimos essa falta. Repare que se pegar num livro de ensino bilingue em changana, não tem nenhum conto extraído de um livro de escritor moçambicanos. São apenas contos de professores e pessoas que trabalham com o Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação produziram para servir aos livros didácticos, mas penso que se tivéssemos uma produção literária em línguas nacionais podíamos encontrar lá.
Agora não quero com isso dizer que o que os nossos escritores produzem não tem factos do quotidiano, até tem. Mas digo que não tem o espírito que o “Mabulu iku yakana” tem.
Nós tratamos muito no programa a problemática da violência doméstica, mas os livros pouco falam disso. Esse é um problema social. Digo que se aquilo que nós fazemos é uma produção literária, diria que o que nós fazemos é uma produção literária industrial, porque nós produzimos um conto por semana e não repetimos. Por semana temos um conto novo, que retrata as vivências, os desafios da população.
Por exemplo, entro num transporte semi-colectivo com problemas de superlotação e empurrões que esses cobradores andam aí a fazer, e depois retrato isso no programa. Há vários outros problemas que podemos retratar, como o mau atendimento nos locais público. Estamos a produzir e não podemos parar.
Temos a consciência de que não estamos a conseguir corresponder cabalmente ás exigências dos ouvintes, mas garanto que fazemos tudo ao nosso alcance para atendermos as expectativas dos nossos ouvintes.

(EQ): O Mabulu iku Yakana, vem de tempos remotos em que não se podia servir muito da tecnologia para a produção dos programas. Conte-nos os contornos desse facto na produção dos programas, e como conseguiam transmitir a imagem sonora dos acontecimentos com sons, ambientes e muito mais.
(AN): Bom, sem querer ser um bocado saudosista, mas a nível do teatro radiofónico, particularmente nos efeitos sonoros, com a nova tecnologias, com o corre-corre do dia-à-dia, estamos a perder. Não estou contra as tecnologias, muito pelo contrário, até as uso, com muito orgulho. Hoje já escrevo os contos em casa, mas antes, tinha que o fazer obrigatoriamente em casa. Hoje tenho um computador portátil, escrevo e gravo os contos e trago a rádio e isso me ajuda. De repente tenho uma ideia à meia-noite e posso trabalhar. A tecnologia exerce diferença.
Mas embora isso tenha muita coisa boa, tem também, lados negativos. No computador não temos o som da paragem do Xikheleni, não temos o som do mercado de Xipamanine, não temos o som dos cobradores a chamar os destinos dos seus transportes. Mas aquilo que faz um bom efeito executa-se com mestria , porque se tens um bom texto sem esta componente para acompanhar, em nada vale o esforço.
Naquele tempo, pegávamos em gravadores e saíamos à rua e entravámos no chapa e gravávamos, íamos aos mercados para gravar o ambiente, até em casa levávamos o gravador para gravar o som da noite, o barulho das rãs, e muitos outros sons que fazíamos em estúdio, como por exemplo o som duma quina. Podíamos fazer com papel o som duma cerveja ao pôr no copo. Estas são coisas que não tem no computador, e se os tens, não tem a originalidade. Mas outros sons, obviamente, nos fazem ganhar com essas tecnologias.
Mas para mim, continua a ideia de que aqueles tempos foram melhores. Os nossos colegas sonorizados, mostraram naquela altura que tinham grande capacidade, de ouvir, por que é preciso ter um bom ouvido e, outra coisa é a capacidade de criar.
Outro aspecto é que antigamente nós gravávamos em bobinas, e isso dava trabalho, mas agora gravando no computador, corre-se o risco de se cometerem erros fazendo cortes desnecessários, diferentemente daquela altura que tínhamos que recomeçar.
Portanto, as tecnologias ajudam, mas também fazem-nos perder a originalidade no trabalho. E hoje, por causa deste fácil acesso às tecnologias, já não se desenvolvem as capacidades de improvisação e pesquisa. Praticamente a única coisa que fazemos na vida é procurar o que tem no computador.

(EQ): Tem alguns episódios de um desses momentos em que saiu à rua para gravar algum efeito e lhe aconteceu algo de extraordinário?
(AN): Em termos de ter saído à rua e ter me acontecido algo marcante não. A função de gravar os efeitos é dos sonorizadores. Mas isso não quer dizer que não íamos buscar um som. Por exemplo, podia levar o gravador para captar o cantar do galo à madrugada, ou uma viagem no semi-colectivo.
Mas há episódios marcantes.
Um dos episódios que me marcou muito num dos programas, foi um Mabulu que curiosamente, não fui eu quem escreveu, mas sim um ouvinte. Quem fez a adaptação radiofónica fui eu, e transmitimos o programa num domingo. No dia seguinte, segunda-feira, encontro-me com meu irmão. Ele estava zangado e alegava que fiz um programa que retratava a vida dele. Falei com ele para explicar que não era nada disso. Que o que nós fazemos é meramente profissional, e que não temos nenhuma intenção de ferir a qualquer que seja a pessoa, e por via disso, recriámos para educar através dos nossos ouvintes, mas ele não percebeu muito bem nesse dia.
Tive que levá-lo à rádio para escutarmos todo o programa no estúdio, e logo que acabámos de escutar ele pediu-me desculpas. Curiosamente ele nem tinha escutado o programa no Domingo, alguém o tinha induzido a erro.
Isso me marcou e a partir desse acontecimento, passei a ter algum cuidado redobrado que é para não ferir as pessoas. Muitas vezes escreves sem querer atingir a ninguém, mas se ti referes por exemplo, a história de um alcoólatra e tens um em casa, este vai pensar que falas dele.
Se tens um ladrão na família ou na vizinhança, se tens um vizinho ou familiar que espanca a mulher, e escrever sobre a violência doméstica, este vai pensar que estás a falar dele.
As coisas boas de que me posso lembrar são tantas, e que já nem me dou conta. Mas o que lhe posso dizer é que nós produzimos o Mabulu durante anos, mas não ganhámos nada com isso. O maior ganho é o orgulho de contribuir para que a nossa estação emissora seja cada vez mais ouvida e querida.
Quando entro no transporte semi-colectivo, oiço pessoas que não me conhecem a falar do Mabulu a comentarem sobre episódios do programa e isso me enche de orgulho.

(EQ): Tem se notado nos últimos tempos que as pessoas nas ruas escutam muito o Mabulu referente ao Dzanwnwa (Homem submisso as ordens da mulher, geralmente por feitiço), o que é mais conhecido e tornou mais popular o grama. Ter-se-à em algum momento feito CD's para serem colocados à venda?
(AN): A Rádio Moçambique já produziu uma cassete sobre o Dzanwanwa e vendeu. Quando o Emissor Provincial de Maputo (na altura Emissor Interprovincial de Maputo e Gaza) passou a ser autónomo, o primeiro produto que vendeu foi Dzanwanwa. Mas foi uma produção limitada.
Lembro-me que nessas alturas quando fui a Xai-Xai, quando cheguei o mercado Dlakhama, assim é que chamam, aquilo estava inundado desses discos com todo o mundo a ouvir e a rádio não ganhou nada com isso. Ganhou algum dinheiro, mas não que era de se esperar.
Hoje temos produções que transmitimos aos domingos, e logo na segunda, já estão nas esquinas à venda e a rádio não ganha nada. O problema da pirataria é muito grave no País, e isso afecta-nos. Eu penso que a rádio podia tirar dividendos com aquilo que faz, mas parece que a pirataria é muito forte que as próprias entidades de fiscalização.

(EQ): Há quanto tempo trabalha na RM, e quais sãos os momentos que lhe marcam?
(AN): Entrei na rádio há 20 anos. Mas antes de entrar para a rádio, trabalhei na Direcção Nacional das Águas. Estudei Hidráulica e Saneamento no Instituto Industrial de Maputo e, sempre trabalhei em barragens, isso no tempo da guerra. Na altura trabalha na barragem de Massingir em Gaza e acabei desistindo porque todos os dias praticante, a barragem era atacada, pelos guerrilheiros da RENAMO. Abandonei.
Entro na RM através de um concurso público em que duas pessoas apenas passaram. Eu e um colega que já não está aqui, mas só queriam uma pessoa, e eu estava no segundo lugar, tendo apenas se chamado o primeiro.
Mas naquela altura andava sempre ligado à rádio, e ouvi o meu nome a ser chamado dias depois. Vim à rádio no sector dos Recursos Humanos e, no mesmo dia, por sorte apareceu o actual director do GABINFO, Ricardo Dimande, na altura director do Emissor Interprovincial de Maputo e Gaza, a querer saber da pessoa que a rádio estava a chamar para ingressar. Eu estava ali e me apresentei. De imediato fui levado a uma mesa com uma máquina de dactilografar e comecei a trabalhar.

(EQ): Sente-se realizado?
(AN): Do ponto de vista profissional não tenho nada a dizer pois estou no topo da carreira. Sinto que ainda há espaço para crescer.
Do ponto de vista económico, quem quer ser rico a melhor coisa a fazer é não ser jornalista. Esta é uma profissão de pobres. Esta profissão não faz enriquecer.
Sinto-me um homem realizado. Quando saio à rua tenho o orgulho de muitos quererem conhecer-me e me saudar. Alguns são meus admiradores. Sinto o carinho das pessoas. Isso é o que vale mais, e não somente os bens materiais. Eles também são necessários mas não tanto.

(EQ): Quais são os pontos que marcaram a sua carreira?
(AN): Praticamente já pisei todos os cantos da província de Maputo, e igualmente já pisei vários pontos de Gaza.
Já estive na África do Sul onde fui fazer um trabalho nas minas. Muitos moçambicanos trabalham lá. E fui marcante.
Quanto à produção de programas, particularmente do Mabulu iku yakana, dois momentos marcaram-me: o Dzanwanwa e um que fizemos, mas que não teve o mesmo sucesso popular como o outro, mas teve um grande impacto do ponto de vista educativo e social.
Foi a peça que produzimos no ano 2000, na sequência das cheias. A peça tinha mesmo como nome, Ndambi (inundações) e retratava a estória de um miúdo que foi obrigado a sair da sua zona de origem por causa das cheias. Sai e vai ficar numa margem do rio, a família fica noutra, mas teriam que se reencontrar. Mas o miúdo está traumatizado e não aceita atravessar o rio.
Pretendíamos com isso mostrarmos a necessidade de se dar as pessoas o apoio psicológico. Tem que se reparar aqui também que, nós jornalistas, a primeira preocupação que temos é de ilustrar os números. Damos o valor noticioso pelos números envolvidos numa determinada catástrofe ou acontecimento.
Quando algo acontece e uma pessoa morre, o jornalista não sai a correr da redacção, mas se são 20 pessoas, aí acha-se a notícia. Onde está o lado humano?
Olhemos para o exemplo das cheias, o papel do jornalista era também de informar sobre as medidas correctas a serem tomadas pela população. E aquela peça abordava exactamente essa questão, as sequelas das cheias.
Nessa altura, a RM tinha equipas espalhadas por vários cantos a relatar os acontecimentos. E entretanto veio alguém logo depois, a dizer-me que o filho dele não queria ir mais a pesca, mas como é que ia viver se o único sustento é a pesca.
Tivemos por exemplo o acidente de comboio em Tenga, na província de Maputo, nós mesmos jornalistas, fomos cobrir aquele acontecimento e vimos o quão foi grave, mas o que ouve depois? Alguém se preocupou em dar apoio sob ponto de vista psicológico as pessoas que socorreram as vítimas, aos jornalistas que reportaram o acontecimento aos próprios sobreviventes?

(EQ): Durante a nossa entrevista falou que é procurado e até saudado na rua, mas faz rádio, como é que isso acontece?
(AN): Um dos sentidos muito forte que o homem tem é o ouvido. Vou lhe contar um episódio:
Vivia na altura, em Maxaquene, ia a pé para casa. Quando chego na avenida Joaquim Chissano, encontro-me com polícias que me mandam parar. Eu trazia dinheiro nos bolsos porque na altura na RM pagavam os salários em numerário. Acabava de receber e evitei entrar no transporte semi-colectivo para não ser roubado. A polícia manda-me parar e exigiram Bilhete de Identificação e não tinha. Mandaram-me aguardar. Fiquei parado durante uns cinco minutos e, para a minha sorte, passa a minha colega chamada Crizalda Mathe que faz Mabulu connosco. Ela veio ter comigo e lhe entreguei todo o dinheiro que estava nos bolsos. A polícia quis deter também a minha colega, só que uma senhora que apercebeu-se da situação e disse a um senhor que estava por ali que era cego. O senhor perguntou-me o que se passava. Eu contei-lhe a situação e logo o senhor empolgou-se dizendo “eh! Este é o António Novela!?” era um cego e obviamente, nunca tinha me visto, apenas ouviu a minha voz na rádio.
Isto para dizer que, as pessoas ouvem-te de manhã no noticiário, e em vários programas que acabam se familiarizando com a tua voz.

(EQ): Como um observador e jornalista que trabalha particularmente na província de Maputo, o que pensa sobre a vida sociopolítica?
(AN): Bem, penso que a província de Maputo conheceu ultimamente avanços significativos do ponto de vista social e económico. Mas a província poderia ter dado saltos maiores, com um bocado mais de ousadia, investimento em áreas não tradicionais. Repare que a província de Maputo, por estar de alguma maneira muito próxima da capital do País, a maioria das pessoas que fazem investimentos não vivem dentro da província, são da cidade de Maputo. Mesmo grande parte dos projectos económicos da província, estão sedeados na cidade de Maputo, onde existem boas estradas, tem facilidades de comunicação e tem energia eléctrica, coisas que nas zonas recônditas não tem.
A medida que vamos nos afastando da cidade da Matola, vamos notando que a pobreza também aumenta. Há falta de iniciativas que vão ajudar aos mais necessitados.
Há por exemplo os sete milhões. Mas olhando, sinceramente, penso que este valor podia ter feito mais se tivesse sido direccionado à pessoas empreendedoras. Pelo contrário, alocam para pessoas carenciadas, sem dinheiro, que nunca comeram um ovo estrelado na vida. Quando se adoptaram medidas para acelerar o processo de devolução do dinheiro, já era tarde.
Penso também que daqui a uns cinco anos, se libertarem para os jovens, a nossa província poderá crescer muito.

(EQ): Tem alguma figura política que admira, seja na província de Maputo ou no País em geral?
(AN): Sinceramente aqui no País, admiro a Graça Machel, pela frontalidade e honestidade acima de tudo. Infelizmente nos últimos tempos já não temos referências em termos de dirigentes e líderes carismáticos. Gente como Graça Machel, já não os temos.
Há muitos dirigentes não tiro o chapéu, porque hoje dizem uma coisa e amanhã fazem outra. Não são honestos, nem com eles mesmos. Pior que isso, quando erram, não sabem se redimir.

(EQ): Tem algum sonho ou projecto ainda por realizar?
(AN): Do ponto de vista profissional, uma das coisas que queria ver realizada, é a possibilidade de ver editados e publicados todos estes contos programas que já produzimos ao longo do tempo. Fazem parte da nossa história. Acho que seria bom que fosse registada e preservada.
Do ponto de vista pessoal, gostava que chegasse o mais cedo possível, o dia em que não tivesse mais que acordar as 02:45 para estar na rádio as 04:30.

(EQ): Tem mais algo a dizer?
(AN): Temos uma grande aposta e que pessoalmente é um desafio que é de surpreender. Uma das coisas que amigos e ouvintes nos colocam é que, não voltaremos a escrever mais um conto como o do Dzanwanwa. Mas acho que já escrevemos, o que nos falta superar é a popularidade que o Dzanwanwa teve. Então espero podermos fazer o mais breve possível. Esse é o desafio, só não sei até quando vamos conseguir.

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