segunda-feira, 2 de maio de 2011

Festa da palavra na IIª Feira do Livro de Maputo

Por Eduardo Quive

(Maputo) - Exposição da palavra em livros, teve lugar no final de semana passada, no Jardim do Parque dos Continuadores em Maputo (FEIMA), aquando da realização da IIª edição da Grande Feira do Livro de Maputo (IIª GFLM). A poesia, música, danças, palestras e assinaturas de autógrafos, oficinas literárias, e livros fizeram o composto do evento.

Durante três dias de Feira do Livro de Maputo, a palavra foi exposta ao mais alto nível, consolidando objectivos diversos como a divulgação da literatura e do livro em geral, tendo igualmente, se homenageado aos poetas Amin Nordine e Malangatana Valente Nguenha.
Num ambiente em que 27 expositores, entre editoras, livrarias, produtores independentes, Centros Culturais e Embaixadas, estavam presentes, o público teve oportunidade de beber do melhor que existe na industria bibliográfica, não apenas moçambicana, mas também de outros países e continentes.
Foram lançados 14 livros, acompanhado de conversas e sessões de autógrafos com os autores João Paulo Borges Coelho, Calane da Silva, Mia Couto, Marcelino Dingano, Lina Magaia, Ungulani Ba Ka Khosa, Carlos Serra, Hipólito Sengulane, Jafete Matsimbe, entre outros.
No acto de abertura, o edil de Maputo, David Simango, disse que o livro é um objecto precioso para a busca de conhecimentos e desenvolvimento, daí a junção do Conselho Municipal de Maputo à iniciativa, brindando os munícipes com esta especial ocasião.
“O livro é pão de espírito, que precisamos para alimentar o saber e a partir deste, buscamos a ciência e preservamos a cultura dos povos.” Poetizou Simango.
Aliás, poético, foi também o discurso do ministro da Cultura, Armando Artur, homem que lamentou o facto de estar no evento como político, pois, a poesia, a literatura e o livro, são os verdadeiros alimentos da sua alma.
Armando Artur, disse que é momento de se fazer do livro, um instrumento fundamental para se alcançar o desenvolvimento e “um instrumento libertador da inteligência humana que liberta, igualmente, o povo da ignorância e da inculturidade”.
“O governo está ciente da importância deste bem, por isso que já foi aprovado pelo Conselho de Ministros a política do livro, tendo igualmente sido submetido a apreciação da AR tudo na perspectiva de se preservar o devido valor, tanto dos autores, como das obras “ concluiu.
A IIª Grande Feira do Livro de Maputo é uma iniciativa conjunta do Conselho Municipal de Maputo e do grupo Culturando, movimento constituído pelos Centros Culturais e missões diplomáticas em Moçambique, concretamente pelo Centro Cultural Brasil-Moçambique (CCBM), pelo Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), pelo Instituto Camões em Maputo, pelo Instituto Cultural Moçambique-Alemanhã (ICMA), e pelas Embaixadas da Bélgica, Espanha e Itália, numa parceria que inclui também a FEIMA e o Instituto Nacional do Livro e do Disco (INLD).
A IIª GFLM tem como principais objectivos comemorar o Dia Mundial do Livro, promover o gosto pela leitura e estimular e facilitar o acesso à aquisição de livros a preços promocionais.
A animação cultural, foi mais um atractivo da Feira do Livro de Maputo, com os contadores de estórias, Rogério Manjate, Rafo Dias do Peru, declamadores de poesia, do Movimento Literário Kupaluxa, a quem coube abertura do evento e Poetas do ICMA, monólogos com as actriz portuguesa Filipa Casimiro e a moçambicana Maria Atália Cumbane e oficinas infanto-juvenis com a animadora portuguesa Tânia Silva.
e� 4 r �?� @1� 1996, a" w:st="on">1996, a 23 de Abril. Trata-se de uma data simbólica para a literatura escolhida para a honrar a velha tradição da Catalunha segundo a qual, nesse dia, os cavalheiros oferecem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge e, em troca, recebem um Livro. Em simultâneo, é prestada homenagem a obras de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, falecidos no mesmo dia, em 1616. Assim, aquela tradição justifica que a partilha de livros e flores seja símbolos de prolongamento de uma longa cadeia de alegria e cultura, do saber e da paixão.

A UNESCO, ao declarar esta data, pretendeu potenciar o papel de vanguarda que o livro tem, enquanto um instrumento de formação humana e de erradicação do “analfabetismo funcional”, conceito adaptado por aquele órgão em 1978 e designa aqueles pessoas cujos conhecimentos não lhes permitem uma actuação eficaz no seu grupo, nem podem aplicá-los com fins claros e nem em contextos precisos.


Moçambique é uma nação de poetas, escritores, gráficos, impressores e livreiros, músicos e compositores. Todos têm empreendido esforços na revolução da cultura e a construção de desenvolvimento da nossa moçambicanidade.
Assim com a realização desta feira, está, mais uma vez, aberta uma oportunidade para, o conjunto, repensamos um novo paradigma de valores e conhecimentos profundos, desenvolver o nosso quadro legal para apoiarmos os nossos criadores e inventores, sem constrangimentos. É nosso desejo que com esta Feira, Moçambique passe, doravante, a entrar na rota regional e internacional de Feira s do Livro, de modo a que a nossa produção intelectual seja compartilhada, É igualmente importante que os nossos editores e livreiros estabeleçam laços de cooperação com editores e livreiros da região austral, de modo que as limitações linguísticas não constituem barreiras intransponível à fruição da leitura e do conhecimento. É por todas estas razões atrás arroladas que o Ministério da Cultura está a terminar a proposta da Política do Livro será o verdadeiro instrumento catalisador destes desideratos.
Façamos do livro, da música, do teatro, da dança, das artes plásticas, artesanato, fotografia, cinema, e vídeo, verdadeiros instrumentos de cooperação ao nível da SADC e do mundo.

A camada infanto-jovenil, endereço uma palavra de encorajamento; “o livro, seja de representação gráfica ou digitalizada, antecipa e consolida o nosso conhecimento, as nossas ideias, as nossas convicções e as nossas inquietações. Mesmo no mais irremediável isolamento, a leitura faz com que não nos sintamos sozinhos, preenchendo e animando a nossa solidão. De facto com o livro faz-se a música, o teatro, a dança, as artes plásticas, o artesanato, a fotografia, e cinema e o vídeo, a poesia, entre outros. Por isso, “ É fundamental que os pais e encarregados de educação semeiam o hábito de leitura nas nossas crianças e jovens. É importante que a cada aniversário dos nossos filhos e não só cultivemos o habito de oferecer, como prenda, um livro. É com estes gestos que construímos o edifício do conhecimento.     

Permitam-me terminar esta minha intervenção, reiterando a minha saudação ao Conselho Municipal da cidade de Maputo que, com um raro sentido de oportunidade, soube dar guarida a esta lovável iniciativa do Grupo Culturando. Ao disponibilizar este belo espaço da FEIMA, o Conselho Municipal deu um sinal positivo à perenidade desta iniciativa. De ora em diante, a Feira do Livro da Cidade de Maputo terá a dignidade que bem merece.

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