terça-feira, 8 de março de 2011

Armando Artur promove “encontro de abraços”

Por Eduardo Quive

Depois de terem ganho as forças para unirem-se com a ajuda do programa televisivo , os artistas José Mucavele, Wazimbo, Zena Bacar e Eyuphuru respectivamente, tiveram um encontro com o ministro da Cultura Armando Artur. pretendia-se com a iniciativa, fortificar os laços de aproximação que os separava há longo tempo.


Ao receber os embondeiros das artes moçambicanas, o titular da pasta da Cultura, pretendeu transmitir a mensagem de unidade, cimentando o processo de reconciliação já iniciado a partir do "Moçambique em Concerto".

José Mucavel e Wazimbo, estavam desavindos há cerca de onze anos, depois da alegada disputa dos direitos autorais da faixa músical que se intitula “Nwa huluana”, ou simplesmente, “o pássaro foragido”, cuja letra pertence a José Mucavel, mas que por força de circunstância a mesma foi por vários anos interpretada por Wazimbo, sem o consentimento aparente do outro.

Entretanto, volvidos anos de separação e desavenças, estes decidiram abraçar-se num gesto de irmandade e acima de tudo pelo bem da música moçambicana, que deveras não possui muitos artistas de igual craveira. Armando Artur que via a cultura a ganhar outros contornos, rumo a unidade disse na ocasião que, a separação entre os artistas não levaria para longos destinos as artes moçambicanas.

Segundo o o titular da pasta da Cultura, o seu ministério passa por vários desafios na actualidade, que partem desde a sua edificação e sobretudo daquilo que chamou de “conquista de espaço e busca de autonomia financeira” para melhorar as condições em que se encontram os fazedores da arte.

José Mucavel e Wazimbo, da direita para esquerda
“Não imaginamos o quanto perdemos pelas desavenças entre vocês, algo que não faz sentido. Existem tão poucos artistas e por isso não se justifica que não estejamos unidos entre nós. Só com a união é que podemos vencer as diversas dificuldades, incluindo a exigência da nossa parte no orçamento do Estado.”

“Com a dimensão que temos como artistas, não faz sentido que continuemos pobres. Temos que contribuir para a nossa riqueza e a riqueza nacional e com a união isso é possível, nenhum artista pode crescer sozinho.” Aconselhou Armando Artur.

Para o Secretário Geral da Associação dos Músicos Moçambicanos, Domingos Macamo, a reconciliação dos músicos José Mucavel e Wazimbo, constitui um momento histórico para o país, uma vez que estes, cresceram juntos e trabalharam desde a infância, daí que não fazia sentido que se separassem.

“Já era tempo de ver vocês os dois unidos. Estou grato e sempre esperei que um dia isto acontecesse. Com a Zena Bacar e o Eyuphuru fizemos várias tentativas de os voltar a ver juntos e não conseguíamos até então, pelo que estão de parabéns.”

Já os músicos, declararam estar decididos a seguir em frente, num futuro que trará mais benefícios a vida cultural de Moçambique e reafirmaram a bandeira branca.

“Trabalhamos juntos desde os onze anos e já era de facto a hora de voltarmos as pazes. Outro aspecto que deve ser deixado claro é o facto de que tudo que aconteceu entre nós, não é por culpa do Wazimbo, claro que ele não faria isso.

A pessoa que aconselhou a ele para interpretar a minha música é que devia responder por isto. Se fosse da vontade dele, a esta altura estaria feito, pelo sucesso que esta música fez, ao ser usada durante mais de dois anos em publicidades e para trilha sonora de um filme norte-americano.” Disse Mucavel, declarando a paz com o seu colega.

Wazimbo, não se fez de rogado e referiu que “a reconciliação devia servir para o início de uma nova era na música moçambicana, em que os artistas começassem a cooperar e unir-se na perspectiva de fazer música de qualidade que possa gerar rendimentos para ambos.”


Integrantes da Banda Eyuphuro, com a Zena Bacer no meio

Por outro lado Zena Bacar e Eyuphuru, preferiram não lembrarem-se dos problemas, mas viver o momento que é muito importante para a banda, em que a sua integrante e vocalista da formaco original, tenha regressado à casa.

“Na ausência da mamã Zena, a banda não parou. Tivemos actuações no Brasil e na Argélia, mas as coisas não eram as mesmas com a presença dela. Zena Bacar fazia falta a nossa banda. Vamos fazer valer a nossa união.”, declarou Issufo em representação dos outros membros da banda.

Para assinalar o feito da paz no seio da família musical, Armando Artur, desafiou o José Mucavel e Wazimbo, para criarem uma música com a interpretação de ambos.

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