Gwaza Muthini ao estilo característico



Dan;a guereira retratando o "Gwaza Muthini"

As festividades do centésimo décimo quarto aniversário da batalha de resistência contra a ocupação portuguesa, festa popularmente conhecida por Gwaza Muthini, liderada a 2 de Fevereiro de 1895 por Nwamatibyana, reuniu aproximadamente duas mil pessoas provenientes de diversos pontos do país na passada quarta-feira no distrito de Marracuene.
Por Eduardo Quive

Entretanto, um dos momentos mais altos e que fazem o mistério deste evento tradicional, é o acto de evocação dos antepassados, na região sul, chamada “kuphalha”, em homenagem aos guerreiros que entregaram as suas vidas em defesa do território nacional.
Gwaza Muthini é uma palavra que pode ser entendida a partir das suas componentes. O significado da palavra gwaza é picar ou matar com um objecto contundente, todavia, não há consensos em relação ao segundo componente, muthini: referente a inimigo; dançar; infelicidade, casa ou território.
A tradição oral refere ainda que o Gwaza Muthini é uma dança guerreira de origem zulu, introduzida pelos nguni durante o período da sua expansão no sul de Moçambique.

Ela marcava a preparação de uma batalha, conferindo aos guerreiros moral e principalmente um espírito de invencibilidade. Tradicionalmente, esta dança é praticada apenas por homens, pois, somente homens podem ser guerreiros entre os zulu.

A batalha de Marracuene terminou com a derrota dos guerreiros moçambicanos, ante um poderio militar dos portugueses, que investiram muito em armamento para ocuparem Moçambique no quadro das deliberações da Conferência de Berlim de 1884-85.

Dentre várias personalidades, destaca-se a presença da Administradora do distrito de Marracuene, Maria Vicente, dos mandatários do governo central os deputados da Assembleia da República pelo círculo eleitoral da província de Maputo e a governadora provincial, Maria Jonas, a quem coube a condução das cerimónias.