segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Educação científica é considerada deficiente em Moçambique



Centrais conduzidas Por Eduardo Quive
Foto de Rogério Manhique




A Academia de Ciências de Moçambique (ACM) realizou, na capital do país, um seminário sobre a educação científica, divulgação e popularização da ciência, onde dentre vários assuntos, discutiu-se a questão do ensino da ciência nas escolas nacionais.
Os cientistas consideraram que o nosso ensino é ainda bastante tradicional, pactuando por um carácter “puramente” teórico e limitando-se apenas à transmissão de conceitos, princípios e leis abstractas, descontextualizadas do mundo dos alunos.

Maputo acolheu, no espaço kaya-kwanga, um encontro de homens ligados às ciências e não só, promovido pela Academia de Ciências de Moçambique, uma instituição não governamental criada há sensivelmente um ano por um grupo de estudiosos nacionais.
O seminário que juntou cerca de 40 pessoas, serviu para debater a questão da educação científica, sua divulgação e popularização da ciência em Moçambique, facto que segundo as constatações dos presentes, não se verifica no panorama social e académico do país.
A ideia de fazer este tipo de seminário, surgiu pelo facto da secção de ciências daquela agremiação, ter percebido que a escola pode constituir o ambiente primário onde o cidadão, desde a pequena idade, começa a ter acesso à ciência através da educação em ciência e para a ciência, e pelo facto desta secção integrar na maioria do conjunto dos seus membros, especialistas com larga experiência na área de educação científica e que tanto podem contribuir na procura de soluções para os problemas do ensino de ciências em Moçambique.
Sendo assim, uma série de temas tais como a educação científica, divulgação e popularização da ciência, popularização de tecnologias tradicionais no exemplo da Timbila de Zavala e Diua de Tete, o papel dos museus na educação e promoção da ciência, o papel dos centros multimédia comunitários na difusão e transmissão do conhecimento científico e sobre as plantas medicinais, fizeram parte deste evento.
Para o presidente da Academia de Ciências de Moçambique, Orlando Quilambo, a ciência é para todos, daí a necessidade de se popularizar as inovações científicas e levá-las às populações com menor acesso à educação formal, o que é característico do nosso país.
Contudo, Quilambo disse que a popularização não deve ser feita por qualquer um, a ACM, deve participar activamente na desmistificação e desdogmatização da informação científica no país.
Por outro lado, este dirigente, fez uma avaliação positiva do seminário, pois “pela primeira vez juntamos diferentes sensibilidades ligadas à popularização da ciência, porque a divulgação já é feita, porque qualquer cientista faz as suas publicações, mas a passagem do conhecimento para as populações essa é a parte mais difícil.”

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