sábado, 18 de setembro de 2010

Descarta-se a possibilidade de se cumprir o prazo da construção do Centro de Saúde de São Damaso

Por Eduardo Quive

Em causa está o défice orçamental estipulado para as obras, cujo valor existente não chega aos 18 milhões de meticais necessários

A directora provincial da Saúde de Maputo, Cremilde Anly, efectuou uma visita, na última quinta-feira, às obras de construção do Centro de Saúde de São Dâmaso, no bairro do mesmo nome, no Município da Matola.
Com a visita, pretendia-se fazer a avaliação das actividades desenvolvidas e viver de perto as condições em que se encontram as obras, tendo em conta o cumprimento dos prazos estabelecidos para o projecto, que era de 10 meses.
Ao que se constatou no terreno, o desenvolvimento das obras vai à conta gota, estando ainda a finalizar-se as paredes e a dialogar-se com alguns cidadãos que construíram residências no espaço pertencente à Direcção Provincial da Saúde de Maputo.
O atraso das construções está na demora do desembolso do valor pretendido para as obras orçadas em 18 milhões de meticais, segundo justificou a número um da Direcção Provincial da Saúde de Maputo, sem revelar o valor existente até ao momento.
“Os constrangimentos que tivemos na disponibilização do valor das obras, pelo governo central, retardaram o arranque das construções. Como é sabido, houve eleições no ano passado e, consequentemente, a mudança do governo, isso fez com que os fundos não estivessem disponíveis a tempo e hora”, frisou Anly.
“Mesmo assim, as condições para o prosseguimento das obras sem sobressaltos, não estão totalmente criadas, uma vez que, o fundo disponibilizado não corresponde ao necessário”, disse a directora.
“Outro dilema que enfrentamos, prende-se com exiguidade de fundos, porque o que temos não é suficiente para efectuarmos as obras de forma condigna e como estava planificado, mas já tomamos medidas para que nada falhe”, disse a nossa entrevistada, sentenciando que por causa destes constrangimentos, “não vamos cumprir os prazos previstos, que eram de 10 meses. Sendo assim, o centro de saúde só estará pronto até primeiro semestre de 2011”.
A nossa equipa de reportagem procurou saber desta governante, a face real dos encerramentos das clínicas e farmácias privadas, que nos últimos anos tem sido frequentes nesta parcela do país.
Só para citar alguns exemplos, a 13 de Agosto deste ano, o Ministério da Saúde mandou encerrar o Centro Médico de Hanhane, sita na cidade da Matola, uma medida tomada pelo facto do referido centro médico administrar sistematicamente medicamentos destinados ao uso exclusivo pelo Ministério da Saúde, isto é, tais medicamentos em causa eram desviados a partir do Serviço Nacional da Saúde sob alçada do MISAU.
Pesou ainda para o encerramento daquele centro, o facto do pessoal que presta serviços não ser qualificado, ou seja, não possuir nenhuma identificação que dá a entender que são ou não pessoas certificadas para o efeito.
Para além deste, foram encerrados mais dois centros médicos nos distritos de Matutuine e Moamba, bem como farmácias dentro da província de Maputo.
Sobre esta questão, Cremilde Anly, limitou-se a dizer que “essas medidas surgem no âmbito do esforço do governo na fiscalização das clínicas e farmácias de privados, de modo a inteirar-se do funcionamento dos mesmos, principalmente no concernente às exigências do sistema nacional de saúde.”

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