Desde Makazako, seu exímio
mestre, à Jackson Pollock sua nova experimentação, João Timane vai escrevendo
nas suas telas a história contemporânea de Moçambique e do mundo com cores
diversas, sempre tendendo chegar à claridade.
João Timane junta o facto de
África ser um continente tricolor e o Berço da Humanidade, para justificar as
suas cores e imagens. Há um subconsciente exclusivamente assente nas suas
obras. O azul e o laranja sufocam o vermelho que já foi sangue, e o preto que
já foi o sabor das trevas. Talvez porque pinta ou aos sons de Ali Faque, voz
limpa e serena, ou porque trança os cabelos femininos como no sabor melancólico
de “as tuas tranças” de José Mucavele. Uma conjugação de todo modo não
convincente para a mulher que persiste mostrar-se com rosto velado no rico
trabalho do pintor.
Ele mesmo não entende porque
vem, esta mulher, aos seus quadros, que levam milénios de noites para se
aprontar. Quem é ou quem são essas mulher? Persiste a pergunta e, no ar, sem
resposta. É o amor, a dor, o silêncio, o movimento, os passos e a viagem.
Definitivamente, o cordão umbilical não se desfez com esses seres que dão
sangue à Humanidade.
É essa Humanidade que tem as
obras de João Timane, quando um beijo significa mais que um beijo; quando um
abraço significa mais que um abraço; quando um paço de dança é mais que a
combinação dos dois; quando a melodia é mais que música. Tudo faz sentido nas
suas pinturas, porque tudo, são reentrâncias dos nossos afectos. João pinta a
alma e as suas vozes, por isso, as suas mãos sabem a atemporal e à infinitude
da natureza das coisas.
maravilha este texto, parabens Quive.
ResponderEliminarArde
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