sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Juiza manda deter 12 alunos na Machava

Por Eduardo Quive

Foram há dias detidos na 5ª Esquadra da PRM na província de Maputo, 12 estudantes de diferentes estabelecimentos de ensino daquela urbe, numa altura em que se encontravam a beber numa barraca situada ao lado do Tribunal Judicial Urbano Nº 7 na Machava.
O facto ocorreu na tarde da última sexta-feira, dia 22 de Julho, enquanto os visados se encontravam reunidos no referido local, para depois se dirigirem até onde realizariam a festa do fim do trimestre escolar.
Informação dada pela Direcção Distrital da Educação da Matola, indica que a detenção dos estudantes surgiu duma ordem da juíza daquele tribunal.
Depois de três dias nos calabouços, os alunos foram soltos por ordem da juíza e marcou encontro com seus encarregados de educação para 9 horas do mesmo dia 25, facto que não veio a acontecer, pelo menos até ao meio dia, altura em que a nossa equipa de reportagem se retirou do local.
Os encarregados dos 12 alunos detidos, mostraram-se agastados com a atitude da justiça e da polícia, uma vez que não foram avisados do sucedido e muito menos tiveram justificação plausível.
“Mandar prender os nossos filhos só porque estavam numa barraca, não faz sentido. Primeiro porque o estabelecimento está num quintal depois do tribunal e os nossos filhos estavam apenas se divertir. Ela que nos diga que crime é que cometeram”, reclamavam familiares “amontoados” em frete da esquadra e no tribunal.
Sérgio Mussica, da Direcção Distrital da Educação da Matola, disse também não reconhecer as alegações do tribunal, ao mandar recolher para as selas alunos sem que houvesse alguma razão plausível, muito menos ter informado à direcção da educação distrital ou aos pais sobre o ocorrido.
Por sua vez, os detidos acham-se vítimas de uma acção de má fé e confirmaram que “estávamos na barraca a beber enquanto esperávamos outros colegas para irmos ao local onde faríamos a festa do encerramento do terceiro trimestre. O pessoal da barraca aumentou o volume do som e vieram funcionários do tribunal mandar afinar, e assim foi feito. De repente, vimos polícias que nos recolheram por ordem da juíza”, disseram em separado.
Durante os três dias na cadeia, os 12 adolescentes e jovens contaram que viveram horror e terror, compartilhando na cela com perigosos cadastrados.
Disseram ainda que eram 25 pessoas na mesma cela e não havia condições humanas de alojamento.
“Estávamos apertados e não podíamos reclamar. Fomos severamente castigados, já que os nossos familiares não sabiam onde estávamos. Tínhamos que partilhar a comida que o dono da barraca solidariamente nos trazia e na esquadra não nos davam comida”, disse um lacrimejando.
Tentativas de contactar a juíza redundou no fracasso bem como na polícia, pois ninguém se dignou fornecer dados sobre o assunto. 

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