quarta-feira, 15 de junho de 2011

Presidência em Manica: Chimoio engana PR com falso “rosto” da cidade


Por Serôdio Towo, enviado do Escorpião.
 
Na sua última e terceira ronda este ano, no âmbito da presidência aberta e inclusiva, Armando Guebuza priorizou em Manica a auscultação popular, onde no primeiro dia dirigiu a cerimónia do lançamento da campanha nacional de promoção de poupanças. A seguir orientou um comício popular e dirigiu a sessão extraordinária do governo provincial alargado aos administradores distritais e outros quadros. Na sua visita à Manica, Guebuza escalará à cidade do Chimoio, ainda os distritos de Manica, Macossa e Tambara.

A campanha nacional de promoção de poupança ora lançada na cidade do Chimoio, numa cerimónia dirigida pelo PR, é tida pelo governo como sendo um processo permanente e inclusivo, que se enquadra no fortalecimento do sistema financeiro nacional, entre vários objectivos: incremento de iniciativas em curso, para fomentar a captação de mais poupanças, introduzir mecanismos inovadores para mobilizar poupanças que permitam financiar empreendedores, bem como consciencializar vários actores para investir no sector produtivo.
Falando no lançamento desta campanha, o PR disse que, a poupança deve ser encarada por todos moçambicanos como um acto que representa um dos pilares de combate à pobreza absoluta.
“Poupar significa sacrificar o consumo de hoje para garantir o melhor de amanhã, e ainda ajudar a planificar o nosso consumo de amanhã e do futuro. Poupamos para garantir o futuro melhor dos nossos filhos e das gerações vindouras”, afirmou Guebuza.
Segundo uma nota posta a circular no local pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento, a poupança tem um papel fulcral na economia de qualquer país, pois ela funciona como estabilizador da economia, permitindo que as flutuações no rendimento devido à várias intempéries, tenham impacto reduzido a nível do consumo e que os recursos poupados sejam fonte de investimento.
A governadora da província de Manica, Ana Comoana, disse que, a agricultura constitui a base da economia da população de Manica, que em 2010 registou incremento fiscal de 13.6 por cento, em relação a 2009.

Comício popular na cidade do Chimoio  

A mensagem apresentada ao Presidente da Republica pelos munícipes do Chimoio, indicava preocupações tais como altos juros cobrados pelos bancos, o que dificulta o crescimento da economia das populações, a crescente onda de criminalidade que se regista a cada dia que passa, onde os seus autores actuam à noite com recurso a catanas e outro tipo de instrumentos.
A mensagem indica como maior preocupação, o facto dos criminosos ora detidos, não ficam muito na prisão, e ao regressar à casa, ajustam contas com os denunciantes. A falta de candeeiros eléctricos nas vias públicas é uma das preocupações apresentadas a Guebuza.
Dirigindo-se à população do Chimoio, o PR falou da necessidade e importância do plantio de árvores e do reflorestamento com vista a preservar o meio ambiente. Falou igualmente da importância da poupança dos recursos financeiros depositando-os nos bancos, dada as múltiplas vantagens que as poupanças trazem.
Guebuza manifestou-se satisfeito com os desafios que a população de Manica está a desencadear no combate à pobreza. O PR disse que é possível e está confiante que a pobreza será vencida.
A cada vez mais conquista da auto-estima dos moçambicanos, foi outro ponto vincado pelo PR no seu discurso, desafiando todos os moçambicanos a se empenharem cada vez mais neste processo.
Para o efeito, Guebuza fez desafios aos académicos, sobretudo aqueles que estudam a Historia para se empenharem muito na investigação da moçambicanidade entanto que seus princípios.
Na ocasião aproveitou a oportunidade, para falar da importância da independência do povo moçambicano, afirmando que ela criou mágoa à muitas pessoas que até o presente momento andam zangadas, mas a independência trouxe paz ao povo moçambicano, um povo que superou a guerra e instalou a paz para sempre. Para Guebuza, este é um sinal que mostra que o povo moçambicano pode acabar com a pobreza.
Disse que “a pobreza não está fora de nós, mas sim, ela está dentro de nós. Há moçambicanos que sempre gostam e querem pedir. Significa que ela está na cabeça desses que gostam de pedir. Ela está bem aparafusada na cabeça dessas pessoas”.
“Temos que trabalhar para salvar os moçambicanos dos corruptos, aqueles que roubam o trabalho dos outros, e ensinar-os para trabalharem e fazer o bem para o crescimento do país”, afirmou.
Hoje 2ª feira, segundo dia de visita, o Chefe de Estado, prossegue os trabalhos escalando a localidade de Chigodole, posto administrativo de Vandúzi, distrito de Manica, onde visitará sucessivamente uma floresta comunitária, e as instalações da Escola de Artes e Ofícios dos Combatentes, para mais adiante vir a orientar um comício popular e a sessão extraordinária da secretaria administrativa da localidade alargada aos membros do conselho consultivo local.    

Cidade do Chimoio toma banho por causa do PR

A capital provincial de Manica, Chimoio, mudou de aspecto com a chegada do PR, na sua escalada aquela autarquia, alusiva a presidência aberta e inclusiva. Citadinos desta urbe manifestaram junto à nossa reportagem o seu desapontamento pela atitude do conselho municipal local.
Os munícipes classificam o comportamento da edilidade de falso e que visa apenas enganar o Chefe de Estado, mostrando-lhe uma imagem não real em termos de limpezas e saneamento do meio.
A verdade segundo eles, é que, nos últimos três dias que antecederam à chegada do PR, Chimoio, se tornou, numa cidade completamente limpa, com tractores a circularem dum lado para outro, o que em dias normais não acontece.
“A nossa cidade anda totalmente suja, e a imundice é que nos governa. Os autarcas reclamam falta de fundos e meios para a limpeza da cidade. O aspecto que a cidade hoje ostenta, só nos faz recordar os tempos do saudoso Artur Canana”, disse uma cidadã.
“Para mim não faz sentido que, o município aldrabe o PR, brindando-o com coisas bonitas como se fosse o normal desta cidade, enquanto na verdade pouco se faz para o bem da cidade.
Hoje ainda podemos encontrar tambores de lixo nas artérias e com escritas coladas nas paredes, proibindo deitar lixo neste e naquele ponto. De certeza que cruzaram-se com tractores a remover areia nas estradas, aquilo só acontece hoje, por causa da visita do PR”, desabafou um munícipe presente no comício.
           
Trabalhadores da INFLOMA tentam baralhar PR

Cerca de 150 trabalhadores da extinta Indústria Florestal de Manica (INFLOMA), tentaram sem sucesso barrar a comitiva presidencial que se deslocaria da cidade do Chimoio para o distrito de Manica, concretamente à região de Chigodola.
O desejo dos insurgentes não aconteceu graças à pronta atenção do governo provincial que, se apercebeu da situação dias antes, quando ainda havia espaços para a alteração do protocolo e trajectória que o Chefe de Estado iria seguir.
O Escorpião soube tratar-se de um caso que vem se arrastando há anos e, é do conhecimento do governo da província, que ainda não ajudou a solucionar a preocupação daquele grupo de moçambicanos.
Uma fonte próxima do assunto disse que, aquando da realização em 2010 da presidência aberta e inclusiva em Manica, concretamente no posto administrativo de Matsinhe, o grupo de trabalhadores da INFLOMA preparou o dossier para apresentar ao PR, reivindicando o seu direito de indemnizações na sequência da privatização daquela firma. Segundo a mesma fonte, o referido dossier não chegou a ser apresentado publicamente a Guebuza, porque na hora certa, foram proibidos de subir ao palco para se manifestarem, tendo havido garantia de que o mesmo seria entregue ao Pai da Nação por seus acompanhantes.
O que mais espanta a eles, é o facto de ainda não terem conseguido nenhuma resposta por parte do governo, que privatizou a empresa e que aparece como parte integrante da nova gerência, embora com poucas acções.
Dado à estas questões que inquietam os cerca de 150 trabalhadores da INFLOMA, este grupo, ao tomar conhecimento da ida do PR ao distrito de Manica ido de Chimoio, programaram barricar com troncos a estrada por onde passaria o Chefe de Estado.
A visita do PR a Manica durará quatro dias e de seguida escalará a província de Tete, o penúltimo ponto antes de rumar para Niassa, último ponto da ronda 2011.
Refira-se que, Guebuza já escalou sucessivamente com o mesmo plano, as províncias de Maputo-cidade, Gaza, Inhambane, Maputo-província, Sofala, Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e agora Manica. O PR terminará o périplo a 24 deste mês de Junho.

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